domingo, 30 de agosto de 2009

Ele é o grande Malandro do Brasil.


Assunto: malandragem


Certa vez quatro meninos foram ao campo e, por 100 reais, compraram o burro de um velho camponês.

O homem combinou entregar-lhes o animal no dia seguinte. Mas quando eles voltaram para levar o burro, o camponês lhes disse:

- Sinto muito, amigos, mas tenho uma má notícia. O burro morreu.

- Então devolva-nos o dinheiro!

- Não posso, já gastei todo.

- Então, de qualquer forma, queremos o burro.

- E para que o querem? O que vão fazer com ele?

- Nós vamos rifá-lo.

- Estão loucos? Como vão rifar um burro morto?

- Obviamente, não vamos dizer a ninguém que ele está morto.

Um mês depois, o camponês se encontrou novamente com os quatro garotos e lhes perguntou:

- E então, o que aconteceu com o burro?

- Como lhe dissemos, o rifamos. Vendemos 500 números a 2 reais cada um e arrecadamos 1.000 reais.

- E ninguém se queixou?
- Só o ganhador. Porém lhe devolvemos os 2 reais e ficou tudo resolvido.

Os quatro meninos cresceram e fundaram um banco chamado Opportunity, um outro Banco chamado Marka, uma igreja chamada Universal e o último tornou-se Ministro do Supremo Tribunal Federal.

O quinto irmão, o mais velho, que vivia no Maranhão e não estava na rifa, soube da história e, também, resolveu ganhar dinheiro. Dedicou-se à política, foi presidente da República, é presidente do Senado e até hoje enrola a população tratando-os como ganhadores do burro morto.

Caso todos reclamem, pode até entregar o cargo, mas nunca devolverá o todo que lesou do povo.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Sim, ela quer ser quem ? já entendi quer ser ROSENGANA.

É impressionante observar como a governadora Roseana Sarney tenta ficar fora da mídia no que se refere às denúncias sobre seu pai. E olhem que várias delas a envolveram…
Nenhuma palavra, nenhuma tentativa de defesa. Nada. Logo ela, que está metida em atos secretos até o pescoço, nomeando parentes e amigos (como sua marqueteira que virou diretora). Isso sem contar, naturalmente, o faz-tudo “Secreta”, que recebe um salário de R$ 12 mil do Senado para, entre outras coisas, levar a turma de carteado de Roseana para jogar em Brasília, pagando as passagens com verbas daquela instituição e abrigando-os na própria Residência Oficial da Presidência. Resumindo: participou de tudo, sendo citada várias vezes, incluindo o fato de ter sido beneficiária de recursos “por fora” em sua campanha, depositados pelo seu irmão Fernando, o que acabou vindo à tona por meio da Operação Boi Barrica da Polícia Federal.
Com tudo isso, querem mesmo saber o porquê dela não defender o pai e muito menos o irmão enrolado? Ora, é fácil. Roseana quer passar a impressão de que não pertence à oligarquia; que é filha de Sarney, mas não está enrolada. Que é diferente…
Tudo tática de marqueteiro para não aumentar a rejeição. Ela reza para que a esqueçam. Pensa que assim escapará da rejeição que sufoca Sarney. Esse sistema de mídia montado para dar suporte político ao grupo e destruir a reputação dos adversários a faz imaginar que sairá apenas chamuscada com as coisas que são descobertas da família. Acorda, Roseana! Como separar?
Enquanto isso, o governo biônico que comanda é confuso e sem rumo. Principalmente por sua incompetência e omissão, deixando os secretários soltos, cada um brigando pelo seu naco de poder. Como não há liderança, a brigalhada é inevitável. Não se respeitam e começam a se engalfinhar pela imprensa, já que não existe coordenação.
Na Secretaria de Saúde, por exemplo, a confusão impera. No Consems (Conselho de Secretários Municipais de Saúde), por exemplo, ele cometeu uma enorme irresponsabilidade, pois os conselheiros recém-nomeados tiveram que engolir uma mudança nos critérios de distribuição das verbas do SUS que contraria todas as normas e a lógica do sistema. Essas verbas devem indenizar despesas de saúde nos municípios e, logicamente, os municípios pólos, que conseguem ter uma resolutividade maior e prestar serviços mais amplos naturalmente recebem mais pelos serviços efetivamente prestados.
Na mudança efetuada, instalou-se o samba do crioulo doido (como dizia Stanislaw Ponte Preta, saudoso cronista do jornal “Última Hora”) na saúde do Maranhão. Agora, a municípios que não possuem hospital ou condições de atender doentes reservam-se vultuosos recursos do SUS, retirados dos grandes municípios, que, por acaso, dada a sua população e melhor nível socioeconômico, geralmente são de oposição à família oligárquica.
Assim, o esperto secretario não terá o que pagar, e o dinheiro vai servir apenas para fazer política, pois sua aplicação se dará fora de qualquer critério, a não ser o que preconiza a aquisição de adesões políticas. Mais uma vez quem perde é a população mais necessitada, que sofrerá redução de atendimento.
Exemplo claro dessa manobra: A interrupção dos repasses (cerca de R$ 300 mil mensais) para a excelente UTI neo-natal de Caxias; a paralisação do hospital de Barreirinhas (para onde foram interrompidos os repasses, desde que Ricardo Murad assumiu a Secretaria de Saúde) e a inviabilização do atendimento de saúde em Tuntum, bloqueando verba para o funcionamento de novos hospitais. Enquanto isso, anuncia construção de alguns prédios – que chama de hospitais – sem previsão de médicos, equipamentos, etc.
O governo biônico já acabou com o ‘Saúde na Escola’, um dos melhores e mais importantes programas de governo que o Maranhão já teve. Por meio dele, criamos uma estrutura para atender as crianças das escolas públicas do estado, que antes não tinham como cuidar de cáries dentárias, além de noções gerais de saúde pessoal. Esse programa, que virou referência e era elogiado por todos, também atendia as crianças da família do estudante das escolas públicas. A liderança do programa era dada por Ceres Fernandes, que, comandando um grupo de grande competência e determinação, implantou o programa em mais de 100 escolas públicas. Visitei e inaugurei todas elas.
Não bastasse isso, em sua “volta ao trabalho” às avessas, esse governo acabou também com o “Mutirão da Cidadania”, outro programa de referência que, na capital e no interior do Maranhão, atendeu milhares de pessoas carentes e necessitadas em variados tipos de atendimento de saúde e de serviços básicos de cidadania, como a distribuição gratuita de milhares de óculos sob receita, ministrados por grandes profissionais da medicina, além de operações de catarata e outras. Era emocionante ver pessoas de mais de 60 anos finalmente usando óculos pela primeira vez na vida, assim como crianças que podiam corrigir outros problemas de visão e demais situações da saúde do corpo.
Não bastasse isso, este governo atual cortou todos os recursos para saneamento. Quem ainda não tem água, não terá agora. Lamentável. Lembro-me de que em 2002, somente 35% da população tinha serviço de água e, quando saí do governo, em 2006, o atendimento já cobria 55% da população, por meio de programas como o de instalação de banheiros e fossas sépticas, totalmente executados com recursos próprios do governo do estado.
Por fim, acabaram também com o Prodim, o Programa de Combate à Pobreza, assim como acabaram com os empréstimos para a agricultura familiar, que chegaram a R$ 380 milhões em 2006, e que hoje são apenas uma lembrança.
Esse elenco de bons programas que o governo biônico de Roseana Sarney interrompeu tirou da exclusão social mais de 600 mil pessoas, segundo o IBGE.
Agora, preferem inaugurar prédios de fachada. Preferem massacrar a população de baixa renda, contribuindo assim para, uma vez mais, atrasar o desenvolvimento do estado.
Outro dia, em uma reunião da ANJ (Associação Nacional de Jornais), o seu presidente disse que era inconcebível misturar propriedade de meios de comunicação com política e religião. Nessa mesma reunião, condenatória da censura imposta por Sarney ao jornal O Estado de São Paulo, Roberto Irineu Marinho, presidente das Organizações Globo, disse que “A Globo é grande porque é ética; não é ética porque é grande”. Grande frase. Mas surge então uma dúvida: por que então, no Maranhão, a Globo se associa com a pior oligarquia brasileira, chefiada por um homem hoje execrado pela opinião pública e que se tornou símbolo de tudo que é anti-ético na política brasileira? É incoerente.
E Sarney virou mitômano. Não diz nada sem mentir!

Ex-governador José Reinaldo Tavares, Jornal Pequeno

Cartão Vermelho para o atraso.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

ARTIGO DE EDUARDO TELLES: Nascem as Folhas, Crescem as Esperanças.

Nascem as folhas, crescem as ESPERANÇAS.

EDUARDO TELLES*

Tive uma conversa com minha “Tia Helena” um dia desses e ela me perguntava como estavam as coisas por aqui, disse a ela que mudou muito, mas muitos não mudaram. Ela me perguntava, e aí como está aquela mangueira lá no sítio, e lhe dizia começou a dar folhas, e as esperanças, como estão? Ah, as esperanças...

Tia Helena, muitos mudaram. Tem deputado calado, aliás, tem vários deputados calados, tem deputado que deixa louco aquele do bigode, tem deputado que lá em Brasília mostra as nossas mazelas que querem calar... FALA, DEPUTADO DUTRA... o Camaleão está fazendo um grande sucesso, a senhora viu daí ? É, estão até tentando lhe calar, FALA, DEPUTADO... agora, tia, tem uns que se dizem VERMELHOS e que hoje eles não comem mais criançinhas, que não dão uma palavra contra o Coronel de Bigode do Curupu, a Senhora acha que ele está querendo a sombra do seu bigode ano que vem ?

Tem muitos que falam e que ninguém cala. Tia, tem um deputado novo aqui, um desses gaiatos, tipo seus sobrinhos, que mesmo ameaçado de expulsão mantém firme suas posições, lembra dos seus sobrinhos, Cada um mais atirado que o outro? É, ele é novo e acho que é árvore de bons frutos, será uma Parreira (ou um Pereira) e olha!!! É, eu sei que estás olhando daí!!! Tem um já bem carcomido como aquele pé de manga espada, lá do fundo do sítio que mais parece um guerreiro quando sobe naquela tribuna, na defesa da moral, da verdade e da justiça. Ele, Edvaldo, é uma Holanda e fica roxo na defesa do povo maranhense e daquele nosso governo popular. Agora, Tia Helena, a Senhora lembra antes da sua partida, como tinha deputado defendendo nosso amigo, o Dr.? Pois é, todos escondidos com medo, na moita da vice... é, a justiça tarda, mas não vai falhar e tem deputado no Maranhão que é uma “Graça” só pensa em sua eleição e esquece de defender o seu partido, que tristeza.

Mas tem gente aqui, Tia Helena, que continua firme e não se dobrou, olha, surgiu uma turma de blogueiros, a Senhora não sabe o que é isso? É uma garotada nova e bem intencionada como aqueles seus sobrinhos, só menino engajado politicamente, que escreve na internet sobre tudo que acontece no Maranhão e no Brasil, tem um Felipe klant, um Jonh Cutrim, aquele menino mais experiente que lhe falei um dia quando a gente lá no sítio, o Garrone, muito bom e muito bem informado assim como o Eri Castro. Ei, Tia, quase 800.000 visitas no blog é uma revelação, o Ricardo Santos, este de forte conteúdo popular, o Franklin Douglas o eco das lutas, se a Senhora quiser ler umas poesias tem lá toda quinta com forte conteúdo cubano, uma beleza. Sabe aquele menino, o Robert Lobato, também muito bom, experiente e bem informado, mas toda notícia boa sempre tem uma notícia ruim junto. Mas como para saber se a fruta é boa é preciso dar tempo para que ela amadureça, pelo menos é assim que a senhora me ensinou. Lembra aquele pé de LIMA, lá no seu quintal, que no começo era todo vistoso, pois é, o Boneco de Olinda secou ele, agora ele tá murchinho, murchinho, e acho que é difícil dar fruto de novo e ia me esquecendo de lhe contar, a nossa CAPITAL tá um sucesso. É, perdemos a nossa SÃO LUÍS e ganhamos uma CAPITAL bem mais forte, e com um time de primeira. A Senhora lembra que apanhávamos de manhã, de tarde, de noite, no amanhecer do dia, mas agora, Tia, é a partir das sete com programa de noticias os jornalistas Humberto Fernandes e Ivison Lima, depois vem nosso amigo Frank Matos e Helena Leite com sintonia direto nas comunidades e com um trabalho de forte penetração popular, tem o programa da juventude na tarde, o Djalma Rodrigues e a Rose Castro no Final da tarde, e depois da voz do Brasil tem o Cesar Belo arrancando os cabelos da concorrente no mesmo horário.

Tia é muito bom conversar com a Senhora, toda vez que sinto tristeza leio aquela carta do seu neto Davi, e penso muito na senhora, aqui tem muita gente que fugiu da luta, gente que era de esquerda e agora aderiu à direita, gente que defendia o povo e agora não defende mais, a senhora me dizia que muitos secretários do nosso Dr. não eram confiáveis, pois é, a Senhora tinha razão, muitos não tiveram a coragem de defender o voto que a Senhora deu para mudar o Maranhão.

Mas, Tia, nossa conversa tá muito boa, porém, quero lhe dizer algo, eu continuo o mesmo, sempre muito ativo e com muita saudade, e a Senhora sabe que eu nunca perdi a esperança, pois sei que a árvore sempre tem a época de mudar, mas estou mais revigorado ainda para continuar lutando por um mundo melhor como sempre a senhora sonhou, a sua BENÇÃO, te amo muito.

EDUARDO TELLES

*Professor de Educação Física

telleseduardo@ig.com.br

blogeduardotelles.blogspot.com.br

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

O SARNEY É A CHACOTA NACIONAL E O SUCESSO DOS NOSSOS CARTUNISTAS E HUMORISTAS.


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O Coronel e suas malandragens.

Empreiteira pagou dois imóveis para família Sarney em SP

Negociação de apartamentos em área nobre foi feita por empresa de amigo dos filhos do senador

Rodrigo Rangel, de O Estado de S. Paulo

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Paulo Liebert/AE

Apartamento fica na Alameda Franca, nos Jardins

BRASÍLIA - Há três décadas, a família Sarney tem como endereço em São Paulo o edifício Solar de Vila América, situado na Alameda Franca, nos Jardins. Até 2006, era um apartamento apenas. Hoje, além do apartamento número 82, comprado em 1979, a família tem a sua disposição outras duas unidades.Os apartamentos 22 e 32 foram comprados há três anos. São usados pelos Sarney, mas estão registrados em nome de uma empreiteira, que cuidou da negociação e pagou os imóveis.

Veja também:

linkFamília de senador e empresário não se manifestam sobre transação

A empreiteira é a Aracati Construções, Assessoria e Consultoria Ltda, cujo dono é o empresário Rogério Frota de Araújo, amigo dos filhos do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). De acordo com os registros da empresa na Receita Federal, a Aracati - cuja razão social foi formalmente alterada para Holdenn Construções, Assessoria e Consultoria - tem hoje como principal nicho de negócio o setor elétrico, área do governo federal em que Sarney exerce influência. Há dois anos, a empresa começou a atuar em projetos de construção de usinas termoelétricas.

Num dos apartamentos, o 22, mora um neto do presidente do Senado, Gabriel José Cordeiro Sarney, filho do deputado Zequinha Sarney (PV-MA). O outro apartamento, o 32, costuma abrigar assessores e convidados dos Sarney, mas também hospeda a família. Em junho passado, por exemplo, foi utilizado pelo próprio senador , em viagem a São Paulo para acompanhar a recuperação da filha, Roseana, operada para correção um aneurisma cerebral.

No Aeroporto

Por um mês, o Estado mapeou a história da aquisição dos dois apartamentos. Em Porto Alegre, a reportagem localizou o economista Felipe Jacques Gauer, de 46 anos. Ele conta que, assim que decidiu vender o apartamento 22, após mudar de São Paulo para a capital gaúcha, foi contatado por um neto de Sarney. Segundo Gauer, foi José Adriano, filho mais velho do deputado Zequinha, quem o procurou, por telefone. Estava interessado em comprar o imóvel.

"Ele (José Adriano) me fez algumas perguntas e disse que uma pessoa dessa empresa, a Aracati, iria me procurar para acertar a compra do apartamento", disse Gauer ao Estado. Tudo aconteceu conforme o neto de Sarney combinou. Dias depois, Gauer foi procurado por Maria Rosane Frota Cabral, irmã e sócia de Rogério Frota na Aracati. "Percebi que, por alguma razão, não queriam que o sobrenome Sarney aparecesse na história", diz o economista.

Maria Rosane acertou de encontrar Felipe Gauer pessoalmente para fechar a compra. Em 20 de fevereiro de 2006, os dois viajaram para São Paulo. Ela saiu de Brasília, onde mora, e ele, de Porto Alegre. A pedido de Rosane, se encontraram no Aeroporto de Congonhas. O negócio foi sacramentado no saguão: a sócia da Aracati levara ao aeroporto um escrevente do cartório de Sorocaba, interior paulista, e a escritura, que já estava pronta, foi assinada ali mesmo.

"Ela (Rosane) ligou para o banco e mandou fazer a transferência do pagamento. Telefonei para a minha gerente e, assim que recebi a confirmação de que o dinheiro tinha caído em minha conta, assinei a escritura", conta Gauer. Indagado se não estranhou a maneira atípica como se deu a transação, o economista respondeu: "Eu achei estranho, mas estava precisando vender o apartamento".

Fechado o negócio, o próprio José Adriano, que aparecera no noticiário recente como dono de uma empresa que intermediava crédito consignado no Senado, passou a morar no apartamento. À época, José Adriano trabalhava em São Paulo. Depois que ele se mudou para Brasília, o apartamento ficou por conta do irmão, Gabriel. Um apartamento no prédio vale, hoje, cerca de R$ 300 mil.

Zelador

A história da compra do outro apartamento, o de número 32, é semelhante. Deu-se dez meses depois, em dezembro de 2006. A venda foi feita pelo empresário Sidney Wajsbrot, 43 anos, dono de uma fábrica de plásticos em Guarulhos, e pela mulher dele, a psicóloga Liza Heilman.

Ao Estado, Wajsbrot contou que, antes mesmo de pôr o apartamento publicamente à venda, foi procurado pelo zelador do prédio. "Ele me disse que o senador Sarney estava procurando um apartamento, que ele já tinha dois apartamentos no prédio e queria um terceiro, para um assessor dele", afirmou o empresário.

A partir do contato do zelador, o próprio Rogério Frota apareceu para tratar do negócio. Primeiro, fez uma visita para conhecer o apartamento.

Na hora de fechar a compra, a exemplo do que ocorrera na aquisição do apartamento 22, foi a irmã de Rogério Frota, Rosane, quem viajou de Brasília para São Paulo a fim de resolver. Novamente, estava acompanhada de um funcionário do cartório de notas de Sorocaba.Ela veio com o rapaz do cartório, trouxe um cheque nominal, da empresa, e assinamos a escritura", diz Wajsbrot. "Legalmente, o nome dele (Sarney) não aparece."

O Estado falou nas últimas semanas com moradores e funcionários do condomínio Solar de Vila América. Eles acham que a família Sarney é proprietária de três apartamentos no prédio: o 82, desde 1979 em nome de Fernando Sarney, e os dois comprados e registrados em 2006 pela empreiteira de Rogério Frota.

No porta-malas

Em 19 de julho do ano passado, agentes da Polícia Federal chegaram a montar vigilância na porta do prédio, em meio a investigações de empresas da família Sarney. Eles souberam que um funcionário dos Sarney saíra de Brasília rumo a São Paulo com uma mala e receberam ordem de interceptá-la.

Ao perceber a presença de agentes federais na frente do prédio, o zelador passou a informar Fernando Sarney. Depois, ajudou o portador da mala a deixar o edifício, escondido no porta-malas de um carro dos Sarney.Mês passado, o zelador acabou demitido.

Não é a única polêmica a envolver os Sarney no prédio. Moradores ouvidos pelo Estado contam que o apartamento número 22 é comumente utilizado para receber "gente de Brasília" e, nessas ocasiões, costumam ocorrer festas.

Entre os funcionários do prédio, é conhecido o esforço para evitar que os apartamentos sejam relacionados aos Sarney e ao próprio Rogério Frota. Até dias atrás, a conta de TV a cabo de um dos apartamentos estava em nome do ex-zelador.


domingo, 16 de agosto de 2009

PALAVRA DO NOSSO GOVERNADOR: JACKSON LAGO

Palavra de Jackson

Municipalização

Posso dizer, sem medo de errar, que três pilares fundamentais de meu governo foram a municipalização, a descentralização e a participação popular. Estes três pilares se interpenetram e se complementam, formando, em conjunto, uma teoria geral municipalista. A teoria foi fruto de estudo e de reflexão, mas foi fortalecida por minha própria experiência como prefeito de São Luís, cidade que administrei por três vezes.

A Constituição Federal de 1988, hoje em vigência, abriu caminho para que áreas como a Saúde e a Educação fossem municipalizadas. E o sucesso dessas experiências mostrou que este caminho deve ser perseguido também em outras. Assim, mais recentemente, a municipalização da Assistência Social e da Cultura vem sendo estimulada, no nível nacional.

No Maranhão, em meu período de governo interrompido por um golpe judicial, comecei a estender o municipalismo também para áreas como a Agricultura (mais amplamente para todo o setor primário e agro-industrial) e a Segurança Cidadã.

Vejamos o caso da Agricultura. O primeiro passo de meu governo foi o de criar estruturas administrativo-legais, que permitissem levar o municipalismo para outras áreas, facilitando também o aprofundamento das experiências já em curso. Dessa reflexão nasceu a Lei Complementar n.º 108, de 21.11.07, que iniciou o processo de implantação de 32 regiões de planificação.

A Lei Complementar n.º 108 estabelecia uma estratégia de criação de redes de interesse entre os municípios, centrada na promoção do desenvolvimento integrado e sustentável, na busca de um diálogo que promovesse governanças inovadoras e na facilitação da mobilização popular.

Com essa infraestrutura jurídico-legal, avançaríamos na municipalização da agricultura. Que passos nesse sentido, começamos a dar? Iniciamos pela reestruturação das Casas Familiares Rurais já existentes. Essas instituições, inspiradas em experiência criada na França, utilizam a pedagogia da alternância, que faz acontecer o processo de ensino-aprendizado em espaços diferenciados, de forma alternada.

Trazido de seu contexto familiar e de sua comunidade original para a escola, o aluno partilha os saberes que possui com os demais educandos e com os professores, refletindo sobre esses saberes em bases científicas. Em seguida, retorna à família e à comunidade, onde aplica os novos saberes adquiridos, voltando novamente à escola para novas reflexões e aprendizados.

Pois bem. Reestruturamos e ampliamos as Casas Familiares Rurais existentes, estávamos iniciando a implantação de outras em municípios com o mais baixo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do Estado e já planejávamos as Casas Familiares do Mar, para aquelas regiões vocacionadas para a pesca e/ou a coleta de frutos do mar, o que contemplaria as centenas de milhares de famílias que dependem da pesca e da captura de animais aquáticos.

Todo esse processo teria como atores principais os municípios, com o estabelecimento de convênios com as prefeituras para equipar secretarias de agricultura e órgãos ligados à produção agrícola e agro-industrial, além da capacitação de técnicos em número adequado às características do município (área, população e número de empreendimentos rurais).

O processo se desdobraria, ainda, com a implantação dos Centros de Vocação Agrícola, equipados com laboratórios de análises de solos e para outras experiências próprias do meio rural como a pesquisa agronômica.

Mais que isso, reestruturamos o Fundo Maranhense de Combate à Pobreza (Fumacop) para dar conta dessa tarefa de reequipar as Casas Familiares (Rurais e do Mar), capacitar profissionais nos municípios e estimular a produção agro-industrial. O Fumaco chegou a ser o quarto maior orçamento do Estado.

Essa foii mais uma experiência abortada pela restauração do poder oligárquico pelo golpe judicial...

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Igor Lago: fala sobre a omissão obidiente de entidades de representação social.

Senhore(a)s,
Apesar da "omissão obediente" da UNE, das centrais sindicais, das diversas organizações sociais e muitos movimentos sociais, ainda existem brasileiros que têm o sentimento de cumprir com alguma obrigação cívica que reponha a ética, o servir público de forma altaneira e republicana, o endosso pela transparência em todos os níveis da administração pública, a luta pela consolidação de nossa democracia, enfim; a política com P maiúsculo que acaba gerando benefícios à maioria de qualquer sociedade.Essa obrigação cívica pode se manifestar em determinados momentos da história de um país, a favor ou contra uma causa, a favor ou contra uma pessoa que simbolize algo de concreto e que desendadeia algum sentimento maior de nossa cidadania. Nesse exato momento, aqui e agora, a figura do senador José Sarney representa o que há de pior de nossa política, de nossa história, de nossa cultura social. Afinal de contas, ninguém gostaria de ser representado por um ser humano que usou e usa de todos os meios para atingir os seus fins não importando se lícitos ou ilícitos, pois a dissimulação, a superficialidade, a mentira, a covardia, a vilania, a tirania nunca estiveram tão unidas numa só figura. Muitos se perguntaram e se perguntam como um político que não produziu resultados concretos para seu povo conseguiu sobreviver tanto tempo. Talvez a resposta esteje no Maranhão, nas origens desse estado, de sua história e das entranhas em que desenvolveu-se as relações entre a Política e a Justiça. Basta dar uma pincelada na história maranhense para perceber que esses dois setores sempre estiveram mancomunados de forma muito próxima e desigual em relação a muitos outros estados de nossa federação. Mas, que o senhor incomum de quem estamos nos referindo é um mestre das relações entre esses dois poderes ninguém duvida. De que seja um capitão-mor de muitas iniciativas que atravacam o desenvolvimento natural e espontâneo de nossas instituições, só os mais ingênuos ou míopes têm a dificuldade de aceitar. Não se trata de iniciativa de um só segmento de nossa sociedade. Ao contrário, parece ter uma origem muito diversificada e individual graças a esse meio barato e democrático de comunicação- a internet. É interessante como determinados setores ligados diretamente ao governo Lula absorveram de forma natural a tese sarneysista de que essa crise do Senado é fruto de manobras políticas com vistas às eleições de 2010. Tremenda armadilha do velho coronel que não encontrou melhor suporte para si do que colocar o presidente Lula e todos os que o apóiam como escudo. Tamanha desfaçatez para quem não tem a coragem de assumir de que é o principal responsável pelo estado de coisas daquela câmara superior, e não menor o cinismo e a vergonha de endossar uma tese oca e frágil.


Manifestação Nacional contra José Sarney

Mais uma vez, os brasileiros que se manifestaram pela internet se mobilizarão em uma passeata nacional, contra o presidente do Senado José Sarney e políticos envolvidos em esquemas de corrupção, nepotismo, atos secretos, mensalão e com passado sujo.Assim como na campanha das Diretas Já, impeachment e outras manifestações populares, o movimento vai alcançando as ruas, e deverá ganhar as adesões de músicos, artistas, ONG’s, sindicatos, partidos de oposição e milhões de brasileiros.A Passeata Nacional vai acontecer no próximo dia 15 de agosto, a partir das 14h, e quem comparecer deve levar uma máscara cirúrgica, como as usadas para se proteger da "gripe suína", escrita com a frase "Fora Sarney!"

Confira os locais das manifestações:
São Paulo - MASP*
Rio de Janeiro -Posto 6, Copacabana (em frente à rua Souza Lima)
Porto Alegre - Arco da Redenção*
Belo Horizonte - Praça Sete* Salvador - Av Garibaldi* Londrina - Calçadão em frente ao BB*
Florianópolis - Trapiche da Beira Mar Norte*
Recife - Avenida Conde da Boa Vista, em frente ao shopping Boa Vista*
Curitiba - Largo da Ordem 9 (onde ocorre a feira de domingo)*
Vitoria - frente ao Shopping Vitória* Natal - Praça vermelha*
Goiânia - Praça Universitária*
São Luís - Praça João Lisboa (saída às 13h)*
Brasília - Congresso Nacional

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Ayres de Brito admite novas eleições no MARANHÃO.

Ayres Brito admite novas eleições no MA EXCLUSIVO PARA O MARANHÃOAyres Brito admite ter dúvidas sobre a decisão do TSE de dar posse ao segundo colocado após cassação
Presidente do TSE admite recurso da coligação que apoiou Lago para o governo do Maranhão em 2006
Após cassação dos governadores da Paraíba, Cássio Cunha Lima, o governador do Maranhão, Jackson Lago, a determinação de posse imediata do segundo colocalo, em ambos os casos, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Carlos Ayres Britto (foto), admitiu a subida de um recurso extraordinário (RE) para que o Supremo Tribunal Federal (STF) analise se, no caso da cassação do governador do Maranhão, Jackson Lago (PDT), e de seu vice, Luiz Carlos Porto, o TSE agiu corretamente ao determinar a posse da segunda colocada no pleito de 2006, Roseana Sarney (PDMB), ou se deveria ter convocado novas eleições no estado. O recurso admitido foi ajuizado pela coligação “Frente de Libertação do Maranhão” - que apoiou Lago em 2006.
No caso do Estado da Paraíba, a Assembleia Legislativa entrou com ação pedindo novas eleições. O prodesso (ADPF 155), ainda está sob análise do relator, ministro Ricardo Lewandowisk, que não anunciou data prevista para apresentar o parecer.
Jackson Lago e seu vice, Luiz Carlos Porto, foram cassados em março deste ano, pelo TSE, por abuso de poder político. Na ocasião, a Corte Eleitoral determinou que fosse empossada a segunda colocada no pleito de 2006, a então senadora Roseana Sarney (PMDB).
De acordo com Ayres Britto, o tema questionado no recurso “é de índole eminentemente constitucional”. Isto porque a coligação sustenta que a decisão do TSE teria afrontado os artigos 77 e 81 da Constituição Federal de 1988. Os dispositivos tratam das eleições – em dois turnos – para os cargos de presidente e vice-presidente da República e da realização de novo pleito no caso de vacância nesses cargos.
Outros recursos
Foram apresentados outros recursos pela coligação e pelo próprio governador cassado, mas todos foram negados pelo presidente do TSE. Ayres Britto explicou que a discussão sobre a competência do TSE para julgar, originariamente, recursos contra expedição de diplomas de governadores depende apenas da análise de legislação infraconstitucional (artigo 276 do Código Eleitoral), e por isso não pode ser motivo de recurso para análise do STF.
Da mesma forma, a alegação de afronta ao princípio do devido processo legal não deve ser levada para análise do STF, disse o ministro. Com base na própria jurisprudência da Suprema Corte, explicou Ayres Britto, a tese de violação e esse preceito “pode configurar, quando muito, situação de ofensa reflexa ao texto constitucional”.
A discussão sobre eventual desrespeito aos parâmetros da razoabilidade e proporcionalidade também não deve ser encaminhada para análise do STF, enfatizou o presidente do TSE. A Corte Eleitoral analisou detidamente os fatos e provas contidos nos autos para entender que as condutas imputadas ao então candidato do PDT comprometeram a normalidade e o equilíbrio do pleito, frisou o ministro. Para rediscutir este tema, seria necessário, portanto, o reexame desse conjunto fático-probatório, o que não é possível em se tratando de recurso extraordinário, concluiu Ayres Britto.
STF
O RE é um recurso de caráter excepcional para o STF, e pode ser movido contra decisões judiciais, em única ou última instância, que possam ter ofendido norma da Constituição Federal. O recurso é apresentado no próprio Tribunal que emitiu a decisão tida como contrária à Constituição, para que seu presidente analise se existe, realmente, questão constitucional envolvida – caso em que o recurso é admitido e remetido para análise da Corte Suprema. Isso porque o STF só pode analisar recursos que tratem de temas eminentemente constitucionais.Da Redação (Site Paraíba Agora) Sugestão de pauta José MachadoEnviado por Eri Santos Castro

domingo, 9 de agosto de 2009

A palavra do Governador eleito pelo povo. Jackson Lago.

Palavra de Jackson

Pernas curtas

A oligarquia reinstalada no governo estadual tem insistido nas afirmações de que meu governo deixou o Estado “financeiramente quebrado” e promoveu uma “irresponsabilidade fiscal inédita no País”. Nada mais falso.
Mesmo assumindo após um mês de minha deposição por um golpe judicial, o atual secretário de Planejamento deve saber que deixei 383 milhões de reais nos cofres do Estado. Mais que isso, a administração da senhora Roseana Sarney Murad encontrou um Estado com suas contas religiosamente pagas.
Pagamento de pessoal? Em dia. Dívida pública? Mesmo sem ter aumentado em um centavo essa dívida (toda ela contraída pelas administrações da oligarquia, em especial pela hoje governante), entendo que o compromisso é do Estado e, por isso, honrei esses pagamentos. Pagamento de precatórios? Todos absolutamente em dia. Empreiteiros e fornecedores? Não há qualquer reclamação nesse sentido, pois obras realizadas e serviços prestados devidamente atestados foram pagos. Transferências constitucionais aos municípios? Todas feitas. E, ainda mais, meu governo fez transferências voluntárias com a maioria dos municípios, através de convênios em diversas áreas, recursos estes que foram subtraídos às municipalidades pela administração dos que hoje me acusam.
Minha administração, no entanto, não se preocupou somente com o equilíbrio orçamentário e fiscal. À frente do governo, procurei diminuir a imensa dívida social para com nosso povo, que vem de séculos, mas que foi extremamente agravada pelos 40 anos de poder do grupo oligárquico
Cito algumas iniciativas que estavam modificando a face do Maranhão. Meu governo construiu 160 novas escolas e reformou 310. Nelas foram instalados 291 laboratórios de Matemática, 120 de Ciências, 794 de Informática, além de 355 bibliotecas. Em dois anos e três meses, em parceria com o governo federal, tiramos do analfabetismo 50 mil jovens, adultos e idosos.
A Saúde teve um extraordinário avanço em sua descentralização com a inauguração do Socorrão de Presidente Dutra, com cem leitos e atendimento a uma população de mais de 330 mil pessoas. Transferi recursos para a construção dos Socorrões regionais de Imperatriz e de Pinheiro, recursos estes que foram garfados pela administração de minha ilegítima sucessora. Quatro centros de reabilitação física, destinados a portadores de necessidade especial ou pessoas com recomendação de fazerem fisioterapia foram inaugurados em Imperatriz, Caxias, Bacabal e Grajaú.
Na área de infraestrutura, meu governo trabalhou em parceria com os municípios, delegando a eles até mesmo obras de competência estadual, na visão de que a fiscalização e o controle social são exercidos com mais eficácia quando se trabalha dessa forma, além de termos obras mais baratas. Dessa forma, foi possível fazer mais de mil quilômetros de estradas estaduais asfaltadas, recuperar quase 6 mil quilômetros de estradas vicinais e pavimentar 1.300 quilômetros de vias urbanas.
A Baixada Maranhense recebeu asfalto e sinalização em sua principal via de acesso, a MA-014, que com 166 quilômetros de extensão beneficia municípios como Vitória do Mearim, Viana, São Bento e Pinheiro, facilitando ainda o acesso a dezenas de outros municípios. A MA-262 tirou do isolamento toda a região de Matões e Parnarama. Enquanto a MA-209, entre Nova Bacabeira e Turiaçu, atendeu uma reivindicação mais que secular. A ponte da Liberdade, que liga o Maranhão com o Norte do Tocantins, consolida o papel de Imperatriz como centro econômico, administrativo e cultural de toda uma imensa região dos dois Estados.
Poderia me estender aqui, citando outras realizações nas áreas já citadas e em outras a que não me referi. Mas, o espaço que disponho não me permite. Mas, essas poucas linhas são o bastante para mostrar a falta de compromisso com a verdade daqueles que atiram pedras em meu governo. Apesar do monopólio que eles exercem sobre os meios de comunicação, a população pode, agora, fazer comparação entre dois diferentes estilos de governar. E, comparando, pode escolher entre eles.

Velhos expedientes, novos interreses.

Velhos expedientes, novos interesses

Como o Brasil prende-se ao patrimonalismo, currais eleitorais e autoritarismo cego quando o tema é política

Christian Carvalho Cruz, de O Estado de S. Paulo


'Bom momento econômico é péssimo conselheiro', diz MeloSÃO PAULO - Na última semana os brasileiros puderam sentir uma incômoda sensação de déjà vu. Era o senador e ex-presidente Fernando Collor, arfante e com olhos projetados, berrando frases destemperadas a um adversário político. Era o presidente do Senado, José Sarney, acusado de cometer atos secretamente ilícitos, defendendo-se em plenário e invocando até a sua generosidade como avô. Eram os senadores Tasso Jereissati e Renan Calheiros, ao melhor estilo "faroeste caboclo", acusando-se mutuamente de coronel, cangaceiro, dedo sujo e m.... Era a volta da famigerada tropa de choque, essa instituição nacional sempre convocada para salvar congressistas em graves apuros. Há quanto tempo o País assiste a coisas assim? E por quanto tempo terá de conviver com o patético de espetáculos dessa natureza? Afinal, por que a política nacional não consegue se livrar do eterno retorno de seus próprios arcaísmos?

É como um círculo do inferno de Dante, diz o cientista político Carlos Melo, professor de Sociologia e Política do Insper, Instituto de Ensino e Pesquisa, de São Paulo. "A sociedade que se modernizou na economia, nas relações humanas, na tecnologia e nas comunicações não modernizou seus personagens políticos. Estes, por sua vez, não têm interesse de modernizar a política da qual se beneficiam", explica Melo. "Além disso, o bom momento econômico contribuiu para nos aprisionar num conformismo pragmático e num moralismo farisaico. Estamos satisfeitos, isso nos basta." Autor de Collor, o Ator e suas Circunstâncias (Editora Novo Conceito, 2007), em que analisa a ascensão e a queda do ex-presidente, defende que só uma difícil - mas não impossível - revolução de valores pode tirar a política brasileira da mesmice responsável pela reprodução de seus vícios.

Por que não conseguimos nos livrar desses ‘eternos retornos’ - fisiologismos, tropas de choque, acordões, manipulações, dossiês?
A sociedade brasileira se modernizou do ponto de vista econômico, humano, tecnológico, nas comunicações, mas não avançou politicamente. E a política não consegue renovar seus métodos porque não renova seus personagens. Se olharmos o cenário sugerido para a eleição presidencial de 2010, a rigor, não temos nada de novo. Dilma Rousseff foi de uma organização de esquerda na década de 60. José Serra foi presidente da UNE em 1964. Aécio Neves é neto de Tancredo. Qual a renovação aí? Além disso, é repetitivo dizer, mas é a pura verdade, temos um problema de sistema eleitoral e de representação. O voto no Brasil ainda é baseado em currais. Quando um deputado diz que está se lixando para a opinião pública é porque ele não depende mesmo da opinião pública, dos leitores de jornais, da sociedade política. Ele depende da ponte que, na relação com o Executivo, conseguiu mandar fazer naquela pequena cidade em troca de alguns votos, depende da relação com o prefeito, com os apadrinhados que ele emprega e lhe pagam agindo como cabos eleitorais. Esses são mecanismos muito enraizados, inclusive porque o eleitor prefere manter esse tipo de relação despolitizada com a política. É uma relação que não passa pela cidadania, mas pelo interesse pessoal. De novo, qual a renovação aí? O resultado é que, diante de tanta mesmice, parte da sociedade prefere se retirar a participar, começa a achar que política é coisa para malandro. Não é. Mas, quando se acredita nisso, a malandragem agradece.

A solução passa obrigatoriamente pela renovação dos personagens?
Veja o bate-boca de quinta-feira entre Tasso Jereissati (PSDB) e Renan Calheiros (PMDB). Até os termos usados de lado a lado, "coronel" e "cangaceiro", reforçam o nosso arcaísmo político. Como encaminhar votações importantes, formular alternativas e construir políticas nesse contexto? Impossível. Que trégua estabelecer quando os dois que se engalfinham são justamente as duas maiores lideranças dos partidos a que pertencem? Quem acima deles pode estabelecer a paz? Depois reclamam das interferências do Poder Executivo... Por mais paradoxal que pareça, esse bate-boca é a expressão da despolitização da política, do abandono da grande política, do Senado - lugar de sêniores - reduzido a uma espécie de assembleia sindical, a uma imitação barata das plenárias do movimento estudantil. Quer exemplo mais claro do arcaísmo brasileiro do que Sarney dizer que não conhece seu afilhado de casamento? É provável que não conheça mesmo. Quantos coronéis são convidados a batizar os filhos dos seus empregados e nunca se dão conta do nome da criança?

Como o senhor avalia outra velha ‘instituição’ do Congresso, a tropa de choque, que sempre aparece quando alguém está na berlinda?
Quando faltam argumentos e articulação política, as maiorias acabam se impondo pela força de uma tropa fiel a seus líderes e aos interesses que representam e defendem. Há normalmente um grande grau de truculência, porque, afinal de contas, é a política por meio da força e não da negociação. De tempos em tempos essas tropas de choque, truculentas e impositivas, surgem na política brasileira. Essa que hoje está ao lado do Sarney tem como objetivo defendê-lo, pelos métodos que forem necessários, no espírito do "bateu-levou", como dizia um porta-voz de Collor.

Collor é um expoente da atual tropa de choque, defendendo o mesmo Sarney que um dia chamou de ‘o maior batedor de carteira da história do País’. Como isso é percebido pela população?
Não deveria surpreender, porque a lógica de agrupamentos desse tipo não passa por relações pessoais ou ressentimentos do passado, mas por interesses muito objetivos e pelo pragmatismo do presente. Esses batalhões são compostos por conveniências absolutamente voláteis. Falando de Collor especificamente, é provável que a sociedade moderna veja o ressurgimento dele como a reedição de um passado que já deveria ter sido superado pela democracia. O velho estilo não assusta mais, apenas irrita, aborrece e denuncia o anacronismo da política em relação à sociedade e à economia, que tanto se transformaram do governo Collor para cá. Ainda assim, é possível que ele encontre ressonância nos segmentos mais despolitizados, atrasados, de índole autoritária, nos eleitores dos currais ainda apegados à nossa tradição patriarcal. O mais triste, porém, é que tudo isso contribui para esse sentimento generalizado de renúncia à política. A confusão ajuda a disseminar a avaliação cínica segundo a qual tudo é permitido, porque afinal "política é assim mesmo".

Foi só a mesmice na política que levou a sociedade brasileira a esse conformismo?
Não. Há também um movimento maior, global, de fim de utopias, de partidos de esquerda, a queda do Muro de Berlim... Filosoficamente, passou-se a acreditar que a economia poderia garantir tudo. É triste dizer, mas o bom momento econômico é péssimo conselheiro. Ele releva os problemas, desmobiliza. Neste momento vivemos uma crise da qualidade da política no Brasil, mas como a economia vai mais ou menos bem, tapam-se os olhos e o nariz e deixa-se como está. É um erro tremendo, porque se a política estivesse bem ela potencializaria a economia. Mas chegamos ao suficientemente bom e paramos. Nós pensamos: "Poderia ser melhor, mas estamos satisfeitos assim". Não há pressão pelo ótimo, não temos instituições ou lideranças interessadas em apontar o caminho da mudança. Ficamos só amaldiçoando o escuro, e a vela ninguém quer acender. É preciso que a sociedade que se indigna comece a encontrar alternativa. Será que precisaremos chegar à antessala de um desastre econômico para mudar? É uma pergunta que faço para a sociedade e para o mercado.

Como o sr. avalia o desempenho da oposição na crise do Senado?
O Sarney não é santo, mas quem pode jogar pedra? O Arthur Virgílio tentou e a pedra voltou na testa dele. A oposição está perdida. Não tem programa, não tem discurso, não tem postura. O PSDB critica o governo federal, mas passa por um problema sério com a governadora Yeda Crusius no Rio Grande do Sul. Faz só críticas moralistas. Devia era pegar as bandeiras das reformas política e eleitoral e se bater por isso.

Qual deve ser o caminho da mudança, então?
Primeiro, precisamos mudar nossos valores sociais e humanos. Não podemos nos eximir de nossa responsabilidade de cidadãos. Sabe quando você está na estrada e o carro que vem no sentido contrário pisca o farol para avisar que tem polícia mais adiante? Ele está dizendo para você ir devagar até burlar o policial e que depois pode correr de novo. É a esperteza. Ouço muito as pessoas indignadas dizendo: "Que exemplo eu vou dar para o meu filho se esses políticos fazem isso e aquilo?" Eu digo: "Esqueça os políticos. O exemplo para seu filho é você". Então, é preciso haver uma reforma do indivíduo. Mas ela é mais complicada e, portanto, sou cético. A sociedade moderna tem trazido cada vez mais individualismo e mesquinhez. O que isso tem a ver com política? Tudo. Não devemos achar que política é só o Sarney arrumando emprego para o namorado da neta. A política, na verdade, começa quando você não tenta enganar o guarda. É claro que o exemplo que o Sarney e outros políticos dão à sociedade é o da esperteza, do levar vantagem. Mas nós aderimos ao Sarney ou combatemos o Sarney? Essa é a questão.

O presidente Lula aderiu.
Lula tinha duas más escolhas a fazer: abandonar Sarney e se livrar de um desgaste de imagem, ou abraçar Sarney e manter o PMDB como aliado num momento de CPI da Petrobrás no Senado e de eleições presidenciais na qual ele tentará eleger uma candidata pouco conhecida. Entre enfrentar o custo de perder a máquina peemedebista e suas mil e tantas prefeituras e perder popularidade, o presidente fez a escolha correta do ponto de vista político. Até porque quem está indignado com o apoio de Lula a Sarney são aqueles que já antipatizam com ele. Dizem que é impossível governar sem o PMDB. Eu digo que também é impossível governar com o PMDB. Agora, um presidente com 80% de aprovação popular poderia se envolver mais com as mudanças que o País necessita. No jogo político que está aí é até compreensível que se faça uma aliança ruim para poder governar. Mas não dava para negociar mais caro? Fazer a aliança e ao mesmo tempo arrancar as mudanças? Não precisava entregar de mão beijada. Estamos numa armadilha: precisamos de reformas, mas quem pode fazer é quem se beneficia dos problemas. E eu não vejo no horizonte eleitoral alguém capaz de apresentar novos valores, novas propostas.

O sr. parece bem pessimista.
Sou cético. A história da humanidade mostra que é possível evoluir. Nós já fomos piores do que somos hoje. Mas esse conformismo cínico e pragmático e esse moralismo farisaico me incomodam. O que vemos hoje no Senado é efeito dessa forma de olhar para a política. O Senado era o topo da carreira de um político, ali se discutia em alto nível. Não é mais assim. Tiramos o Sarney de lá e colocamos quem, para promover as transformações que precisamos? Não se trata de derrubar governo. Mas se existisse uma sociedade política, se ela começasse a discutir o País com mais profundidade e começasse a levar isso para fora, poderia dar certo. Enquanto nos Estados Unidos a sociedade disse "Yes, we can!", aqui falaram "Cansei!". Com uma frase vazia o Obama despertou a América moderna contra a América arcaica. Nós temos que encarar esse desafio. Mas, por enquanto, dado o jogo político possível em nossa jovem democracia, vamos conciliando o moderno com o arcaico. Patinamos, não saímos do lugar.

sábado, 8 de agosto de 2009

Deu na época: Sarney mente em depoimento no senado.

Deu na ÉPOCA: Vídeo desmente acusação de Sarney contra repórter

8 de agosto de 2009 às 18:16

O vídeo em que Andrei Meireles entrevista Jeovane de Morais e Argeu Ramos, ligados ao caso da fazenda Pericumã de Sarney, prova que o jornalista não pegou qualquer documento à força
Na semana passada, ao subir à tribuna, o presidente do Senado, José Sarney, se disse "vítima de uma campanha sistemática e agressiva" da mídia. Na parte final de seu discurso, Sarney descreveu a visita de "um jornalista credenciado no Senado" ao escritório do empresário Jeovane de Morais, com quem ele se envolveu numa transação imobiliária.
Sarney descreveu a cena com estas palavras: "Chega agredindo, dizendo 'o senhor é laranja do Sarney, confesse!' e rouba os papéis que estavam em cima da mesa dele e sai correndo". Em seguida, brandindo um estojo plástico com um DVD em seu interior, Sarney fez um gesto dramático: "Isto está gravado aqui. A cena foi filmada e não deixa dúvida".
O repórter que fez a entrevista é Andrei Meireles, que desde 2002 trabalha em ÉPOCA. Andrei esteve no escritório de Jeovane em 30 de julho, em busca de informações sobre a Fazenda Pericumã, uma sociedade entre ele, Sem avisar o repórter, Jeovane montou uma câmera de vídeo para registrar os diálogos e movimentos ocorridos durante o encontro.
ÉPOCA obteve o vídeo. Nas imagens e diálogos não há roubo, não há correria, não há fuga nem afirmações abusivas nem grosseiras. Há apenas o esforço de um repórter que tenta esclarecer uma compra mal explicada. Em determinado momento, Jeovane toma a iniciativa de entregar a Andrei vários papéis.
Há uma pasta preta, papéis soltos sobre a mesa e um relatório encadernado. À vista de todos, Andrei folheia os documentos e examina detidamente esse relatório. Nem Jeovane nem os demais dizem que ele não poderia levá-lo. O diálogo prossegue, até que Andrei se levanta.
Depois de vestir o paletó e colocar o celular no bolso, Andrei pega o relatório encadernado, à vista de todos os presentes, e se dirige à porta. Jeovane vai com ele. Argeu Ramos, ao telefone, assiste a tudo.

Enquete encerrada em meu BLOG, sobre Sarney. Quase todos querem sua cassação.

Em enquete feita neste BLOG, foi quase unanimidade o pedido de cassação do mandato do coronel do curupu e hoje presidente do senadinho da república( o da João Lisboa é mais confiante). vejam os resultados.

ser cassado seu mandato ---------------------------------- 93%
pedir a sua renúncia---------------------------------------6,0%
pela sua permanência para aparecer mais coisas-----------6,0%
mantê-lo como senador----------------------------------- 0,0% vejam zero %

Avoz de Deus é a Voz do Povo.

Ele detêm os meios de INFORMAÇÕES. Ou seja é do SNI mesmo.

Sarney bem informadíssimo

Não estava no Senado e sim na deslumbrante residência oficial. Quase às 6 da tarde, chegou um assessor, correndo, e praticamente sem poder falar, disse: “Presidente, tenho uma grande notícia para o senhor”.
E Sarney, tranqüilo e onipotente, sem olhar para o lado: “É o arquivamento das representações contra mim? Você acha que eu coloquei o Paulo Duque lá para quê?”. (Exclusiva)

Helio Fernandes

O que faz o Renan fora da cadeia? Aproveita leva Collor, Jader, Sarney, Weligton Cabeleira.

O que faz Renan fora da cadeia?

8 de agosto de 2009 às 06:45

No fim de maio de 2007, uma reportagem de VEJA escancarou a face horrível de Renan Calheiros, então presidente do Senado. Os homens de bem se estarreceram com o que viram, os colegas não viram nada de novo, Renan deixou o comando da mesa, foi para as coxias e esperou exatamente 24 meses para reaparecer na ribalta, neste fim de maio, no papel de parceiro preferido do presidente Lula. Por decisão do chefe de governo, cabe ao companheiro Renan, líder da bancada do PMDB e amigo de infância do presidente José Sarney, impedir que a CPI da Petrobrás consiga provar que a estatal praticou, permitiu ou patrocinou delinquências bilionárias.Está com a sensação de que já leu isso? Leu mesmo. É o trecho de um post de 28 de maio, que antecipava ocorrências quase palpáveis de tão previsíveis: o jagunço a serviço de todos os governos logo despejaria sobre outros senadores os sórdidos dossiês que coleciona obsessivamente. Lula tomara uma decisão acertada, continua o texto.As nuvens que se avolumam sobre a Petrobras são formadas por denúncias, suspeitas, indícios e evidências. Quem melhor para enfrentá-las do que o alagoano que sobreviveu a um tsunami de provas tangíveis e pilantragens visíveis a olho nu? É o homem certo no lugar certo. Para assassinar os fatos no nascedouro, foi convocado um serial killer especializado no extermínio de verdades inconvenientes.Fosse o Brasil um país sério e Renan não conseguiria pronunciar sequer uma vírgula sobre assunto nenhum. Primeiro teria de providenciar respostas verossímeis para questões que seguem pendentes. O que tem a dizer sobre as relações mais que promíscuas envolvendo as empreiteiras Gautama e Mendes Junior? E sobre as mesadas de R$ 16,5 mil entregues pelo amigo lobista a Mônica Veloso? E as notas fiscais que fraudou na tentativa de explicar o inexplicável? Que tal ensinar o truque da multiplicação de imaginários, que transformou um fazendeiro de araque em imperador do gado?Com incontáveis acertos a fazer com a Justiça dos homens e o Juízo Final, o extorsionário alagoano continua a brincar de inquisidor. Pastoreia a base alugada com a arrogância sem remorsos do pecador vocacional, enquadra os vacilantes do PT, banca o capitão-do-mato com em parceria com Fernando Collor. Depois de começar a bandidagem forjada para inocentar José Sarney, quer punir os que o acusaram. É o que está fazendo neste momento no plenário do Senado.Há algo de errado com a Justiça de um país que não consegue trancar na cadeia um fora-da-lei como Renan Calheiros.(Coluna do Augusto Nunes – VEJA)

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Sarney, saia do senado e entregue-se à polícia.

Sarney, saia do senado e entregue-se à polícia

Publicado em: 7 de agosto de 2009 Por: Gabinete da Resistência

Sarney, ao invés de ficar se agarrando à presidência do Senado, atrasando ainda mais o percurso do nosso país, seja ético (se é que sabes o que isso significa) e entregue-se à polícia para pagar a conta pelos seus crimes:
Diálagos gravados pela Polícia Federal durante a operação Boi Barrica revelam que a família Sarney cometeu nepotismo. O senador interveio junto ao então diretor do senado, Agaciel Maia, com a finalidade de nomear o namorado de sua neta para uma vaga de assessor. A contratação foi feita por ato secreto (O Estado de S. Paulo, 22.jul.2009).
Afirmou que não possuía responsabilidade administrativa sobre a fundação José Sarney, mas foi constatado que o senador presidiria o conselho da instituição. Além disso a verba de uma parceria entre a organização e a Petrobrás teria sido parcialmente desviada e remetida a empresas fantasmas. Também foi revelado que as declarações de renda do senador não registrariam o movimento de uma conta bancária fora do país.
Ele emitiu uma nota autorizando o procurador-geral da República a requisitar informações sobre suas movimentações financeiras (O Estado de S. Paulo, 12.jul.2009, 12.07.2009, 13.jul.2009, 14.jul.2009).
Ocultou da Justiça Eleitoral uma casa em Brasília avaliada em R$ 4 milhões, e outra em São Luís. No primeiro caso, sua assessoria afirmou que o imóvel não constava na declaração de bens por erro técnico, mas estava incluido em sua declaração de imposto de renda entregue ao Tribunal de Contas da União. No segundo, apesar de constar na declaração ela teria sido doada à sua filha Roseana, que não a incluiu em sua declaração eleitoral de 2006 porque a transferência ainda estava tramitando (O Estado de S. Paulo, 3.jul.2009; Folha de S. Paulo, 14.jul.2009).
Cedeu apartamento funcional para uma viúva de seu ex-motorista. Um acontecimento semelhante justificou a demissão do ex-diretor de recursos humanos do Senado, João Carlos Zoghbi, por Sarney. Além disso, seu neto José Adriano é proprietário da Sacris Consultoria, que intermedia crédito consignado ao Senado. Entre seis bancos que prestam serviços à instituição, dois deles credenciaram-se à empresa antes de ter autorização para operar na casa. Sarney defendeu o neto afirmando que a empresa iniciou as atividades no Senado antes dele tomar posse como presidente e, após isso, não operava mais naquela instituição (Folha de S. Paulo, 25.jun.2009; O Estado de S. Paulo, 25.jun.2009; Folha de S. Paulo, 26.jun.2009; Jornal do Commercio, 30.jun.2009).
Teria recebido auxílio-moradia residindo em sua propriedade particular em Brasília e fazendo uso da residência oficial. Quando questionado sobre o fato admitiu nunca ter ganho a verba. Mas poucos dias depois sua assessoria confirmou que ele detinha o auxílio desde maio de 2008.
Ao tomar conhecimento, cancelou o benefício e terá que devolver o montante de R$ 40.000,00 referente ao auxílio retroativo (Folha de S. Paulo, 28.mai.2009; O Globo, 29.mai.2009; Jornal do Brasil, 29.mai.2009).Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, teria emprestado apartamento funcional que estava em seu nome para um ex-senador. O uso de imóveis funcionais só é permitido para senadores em exercício do mandato. Sarney afirma que emprestou o apartamento porque o ex-senador estava doente (Folha de S. Paulo, 16.jun.2009).
Enviou quatro policiais do Senado em “missão oficial” a São Luís para a defesa de imóveis de sua família contra possíveis invasões em protesto à cassação do governador Jackson Lago (O Estado de S. Paulo, 12.mar.2009).Teria recebido informações da Abin sobre processo sigiloso movido contra seu filho, Fernando Sarney, na Justiça Federal do Maranhão. Essa suspeita surgiu em virtude de conversa telefônica gravada pela Polícia Federal na Operação Boi Barrica (O Estado de S. Paulo, 7.fev.2009a, 7.fev.2009b).
Seu filho, Fernando Sarney, foi indiciado em procedimentos abertos pela Polícia Federal. Um deles apura suposto tráfico de influência para beneficiar empresas privadas em contratos com o governo. Noutro Fernando, seus sócios e sua nora seriam acusados de lavagem de dinheiro usando a empresa São Luis Factoring a Gráfica Editora e na promoção da festa Marafolia, que são empreendimentos da família Sarney. Os indiciamentos são resultado da Operação Boi Barrica (Folha de S. Paulo, 17.jul.2009; O Globo, 17.jul.2009).
Segundo reportagem do jornal O Globo o instituto Mirante, presidido por Fernando Sarney, teria recebido R$ 220 mil da Eletrobrás para patrocinar projetos culturais no Maranhão. Mas as notas fiscais da instituição demonstram irregularidades como o uso das empresas da família Sarney para justificar parte dos gastos da quantia recebida (O Globo, 30.jul.2009).
sarney, ao invés de ficar se agarrando à presidência do Senado, atrasando ainda mais o percurso do nosso país, seja ético (se é que sabes o que isso significa) e entregue-se à polícia para pagar a conta pelos seus crimes:Teria usado carros oficiais durante sua campanha em 2006, o que é vedado pela lei eleitoral (Folha de S. Paulo, 27.set.2006).
Teria resgatado suas aplicações no Banco Santos na véspera da intervenção do Banco Central naquela instituição. O senador é amigo pessoal de Edemar Cid Ferreira, proprietário do Banco Santos à época (O Estado de S. Paulo, 19.nov.2004; Gazeta do Povo, 20.nov.2004).
A Polícia Federal investiga saques em dinheiro no valor de R$ 3,5 milhões ligados a empresas do senador período eleitoral de 2006. O Ministério Público Federal também apura o caso (Folha de S. Paulo, 09.jan.2008).
A família Sarney nomeou nove conhecidos com cargo comissionado no Senado. Um deles, João Fernando Michels Gonçalves Sarney, foi nomeado e desligado no gabinete de Epitácio Cafeteira por ato administrativo secreto, quando entrou em vigência a súmula contra o nepotismo. Emprega também uma funcionária fantasma que seria protegida de Renan Calheiros (O Estado de S. Paulo, 10.jun.2009, 10.jun.2009; Folha de S. Paulo, 26.jun.2009; 30.jun.2009).Teria sido beneficiado por atos secretos editados pelo Senado entre 1995 e 2009. Dentre os 663 atos secretos editados pela instituição, 10% teriam favorecido familiares e aliados políticos do senador (O Estado de S. Paulo, 23.jun.2009; O Estado de S. Paulo, 16.jul.2009).Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, o senador teria mantido uma fazenda de sua propriedade em nome de terceiros (entre eles, sua filha Roseana Sarney) para vender as terras sem precisar pagar impostos (Folha de S. Paulo, 29.jul.2009).A filha de um dos ajudantes de ordem do senador seria funcionária “fantasma” de seus gabinete. A estudante constaria da folha de pagamento do Senado, mas não comparece ao gabinete de Sarney, onde está lotada, para trabalhar (O Estado de S. Paulo, 29.jul.2009

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Dircurso de Dutra: um Homem de respeito muito diferente do Coronel de Curupu.

DISCURSO DE DUTRA

SR. PRESIDENTE (Janete Capiberibe) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado Domingos Dutra.

O SR. DOMINGOS DUTRA (PT-MA.)

(...) Sra. Presidenta, eu sou do Maranhão, Estado abençoado por Deus. Nós estamos localizados entre 3 grandes regiões do Brasil: as Regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste. O Maranhão não sofre a violência das secas, que tanto têm martirizado os nordestinos. Não sofre com o isolamento provocado pelas enchentes, como sofre a Região Norte.
O Maranhão é um Estado rico em recursos naturais. Somos o único Estado do Brasil com 3 rios nacionais: o Rio Tocantins, que separa o Maranhão do Estado de Tocantins; o Rio Gurupi, que separa quase a totalidade do Estado do Pará; e o Rio Parnaíba, que separa o Maranhão do Estado do Piauí. Nós temos diversas bacias de água doce: a bacia do Rio Pindaré, a bacia do Rio Munim, a bacia do Rio Corda, a bacia do Rio Mearim, a bacia do Rio Balsas. O Maranhão é, portanto, um Estado rico em recursos naturais. Nós temos a maior mata de babaçual do Brasil — 8 milhões de hectares cobertos com babaçual. Trezentas mil mulheres, Deputada Janete Capiberibe, retiram o seu sustento e contribuem com a economia do Estado por meio do extrativismo de babaçu.
O Maranhão tem uma composição étnica das melhores. Nós somos resultado do índio, dono deste País, do europeu — primeiro chegaram os franceses, depois vieram os portugueses, que expulsaram os franceses, depois vieram os holandeses — e também do africano, do qual sou descendente. Portanto, é essa composição que faz com que o maranhense seja um povo ordeiro, trabalhador, hospitaleiro e honesto.
Apesar de tudo isso, Deputado Paes de Lira, nós somos um Estado rico com uma população extremamente pobre. Muitas causas existem, mas a principal causa é a causa política. Nós últimos 63 anos, o Maranhão foi governado por 2 oligarquias, chefiado por 2 caciques: durante 20 anos, o Maranhão foi chefiado por um pernambucano que foi Senador pelo Estado chamado Vitorino Freire, que mandou e desmandou no Maranhão por 20 anos, e há 41 anos o Maranhão é chefiado, humilhado, massacrado por uma oligarquia comandada pelo Senador José Sarney, que derrotou Vitorino pregando a modernidade, mas que se transformou não num líder, mas num faraó extremamente doente.
E é nesse sentido que venho aqui, a esta tribuna, falar um pouco sobre isso.
Nós do Maranhão estamos hoje com os mais baixos indicadores sociais. Nós somos os Estado que mais exporta mão-de-obra escrava para o Pará e outros Estados do Norte. Nós somos o Estado que tem o menor índice de acesso a computadores, à Internet. Portanto, infelizmente, o Maranhão é um Estado rico com uma população pobre.
Há muita gente que pergunta o que pode perguntar, por que o Senador Sarney, que ontem gritou da tribuna do Senado que está com 55 anos de mandato, por que razões ele tem esse poder tão longo. Uns devem concluir apressadamente que é porque ele é um líder. Na verdade, o Senador Sarney não é um líder; o Senador Sarney é um cacique e mantém esse poder tão longo porque é dissimulado, porque não tem identidade política, porque évingativo e, sobretudo, porque é um camaleão.
Nos últimos 40 anos da política brasileira, o Senador Sarney não ficou distante de quem sentou na cadeira de Presidente da República. Antes da Revolução, fingia que era Oposição, era para ser cassado. Com a Revolução, passou para o lado dos militares, foi Presidente da Arena, serviu e lambeu a bota dos militares. Quando o Brasil começou a mudar com a emenda Dante de Oliveira, das Diretas, que o povo tomou as ruas, ele fingiu um racha na Arena, juntou-se com Tancredo. Tancredo largou as ruas, veio para este plenário, para o Colégio Eleitoral, o Senador Sarney acabou sendo Vice de Tancredo, por circunstância misteriosa Tancredo morre e ele acaba assumindo a Presidência da República sem ter direito, porque como Tancredo não assumiu a Presidência não havia direito para o Vice.
O Deputado Ulysses Guimarães dessa cadeira, para evitar um conflito, preferiu abdicar de assumir a Presidência para ele assumir. Era de 4 anos o mandato. Ele trocou canais de rádios e tevê por mais um ano. Deixou o Brasil com 86% de inflação. O Presidente Collor, o ex-presidente dizia na campanha: se eu for eleito, eu vou mandar prender o Sarney. Collor se elegeu e ao invés de mandar prender e cumprir a promessa, três dias antes de assumir a Presidência foi ao Sítio do Pericumã, fez um acordo com o Presidente Sarney, ele decretou feriado bancário para a Dona Zélia Cardoso de Mello decretar o Plano Collor que levou à falência milhares de brasileiros mais pobres. Collor assume, ele ficou e serviu o Collor.
Quando o Collor entrou em desgraça, vendo que Collor ia cair apoiou o impeachment de Collor.
Veio Itamar Franco, ele serviu Itamar Franco.
Veio Fernando Henrique Cardoso, durante sete anos e meio o Senador Sarney serviu Fernando Henrique Cardoso.
Na campanha de 2002 ele dividiu seu time. Espalhou gente no time de Serra, de Garotinho, de Ciro e ficou espiando. Quando ele soube que o Lula ia ganhar, aqui de Brasília disse: sou Lula, mas no Maranhão quem decide é minha filha.
O Presidente Lula ganhou as eleições, e hoje o Senador Sarney está grudado no Lula como carrapato. Não que ele ame o Lula, ele ama os cargos. Se amanhã o Serra, que não vai acontecer, viesse a ganhar a Presidência, ele estaria com Serra.
Aqui, em uma linguagem popular, até se o Fute, o Lúcifer, o Satanás viessem governar o Brasil por lá estaria o Sarney servindo o Lucifer, o Fute e o Satanás.
Portanto, Sr. Presidente, nesse sentido, resolvi escrever um livrinho chamado O Camaleão, que está na 3ª edição. É um livreto muito simples, que começou com mil; a 2ª edição, todo mundo queria. E resolvi fazer a 3ª edição de O Camaleão. Até o Papa está pedindo este livreto pela importância que ele tem. Coisa simples.
Neste O Camaleão, Sr. Presidente, o que é que eu falo: falo da cassação do Governador Jackson, que foi injusta; falo aqui dos pecados que ele tem pela quantidade de crimes praticados; eu botei neste O Cameleão uma carta que entreguei ao Senador Tião Viana, dizendo que se o Senador Sarney fosse Presidente do Senado ia continuar o mar de lama que Renan continuou; que ele queria ser Presidente para influir no TSE para cassar o Governador Jackson; que ele queria interferir na Polícia Federal contra os inquéritos.
E que tem mais um motivo que está escondido: o Senador Sarney imagina que o Vice-Presidente José Alencar não sustentará até o próximo ano. E como o Presidente Michel Temer, a partir de abril, não pode assumir nenhum cargo, se o Presidente Lula viajar, ele espera que, nas viagens do Presidente Lula, ele possa assumir a Presidência da República em plena democracia.
Ninguém está notando, mas esse é o principal motivo da resistência do Presidente Sarney. Ele não acredita que o Vice sobreviva; e que o Presidente Temer, que é o sucessor imediato, a partir de abril, sendo o candidato, se o Presidente Lula viajar, o Presidente Temer não pode assumir, e o Presidente Sarney imagina, nas viagens do Presidente Lula, no impedimento do Vice, do Presidente Michel Temer, ele imagina assumir a Presidência da República.
Botei aqui neste livrinho O Cameleão, os 12 pecados capitais do Sarney;
Coloquei aqui a família de 125 milhões;
Coloquei aqui o culto à personalidade, escola, o Fórum da Justiça do Trabalho no Maranhão, o nome é José Sarney;
O Tribunal de Contas do Maranhão é Roseana Sarney; o Fórum da Judicidade é Desembargador Sarney Costa, é o pai; o posto de táxi é Marly Sarney, é a esposa; a Maternidade, lá de São Luís do Maranhão, é Marly Sarney, é a esposa; o Bairro é Sarney Filho, é o próprio filho; a Ponte que une as 2 cidades, é Ponte José Sarney; o Município é Presidente Sarney.E como até lá no Maranhão tem um Município chamado São José de Ribamar, e o nome dele também é José de Ribamar, ele mandou fazer uma estátua muito grande do santo e, na hora, botou foi a cara dele. Se botar o bigode, o santo fica com a cara do Senador Sarney.Estou listando aqui: escola, biblioteca, tudo com nome de Sarney. Listo aqui a quantidade de hospitais e de escolas com o nome de Sarney.
Falo aqui do Convento das Mercês, que ele tomou de conta. O prédio mais importante do Maranhão,O Convento das Mercês, onde o Padre Antônio Vieira, em 1650, celebrava os seus sermões, o Presidente José Sarney tomou de conta. Tomou de conta para cultuar a sua personalidade. E lá, nesse convento, ele cavou a sua sepultura, que na linguagem intelectual é chamado mausoléu. Para o pobre que está me ouvindo é cova, é sepultura. Pois ele cavou a sua cova. Está aqui para quem quiser ir no Maranhão para ver.Ele pegou esse prédio, sobretudo para cavar a sua cova, e colocou duas palmeiras imperiais nos pés, duas palmeiras imperiais na cabeceira.
E por que Sarney quis esse prédio e a sua sepultura, a sua cova? Porque ele não quer ser enterrado em um cemitério comum. Em um cemitério comum ninguém saberá onde ele está enterrado. Ele quer ficar lá para todo mundo dizer assim: Ali está enterrado o Sarney. Ele imagina que daqui a 100 anos passe por láum maranhense ainda com o resquício da passagem dele, com dor de barriga. Aí, ora na cova, passa a dor de barriga, para depois ele querer a canonização no Vaticano. É para isso!
Pois bem. Nesse livrinho não há nenhuma ofensa. Está tudo na legalidade. É permitido escrever um livreto, em que não há nenhuma ofensa, nenhuma inverdade.
Pois bem. Anteontem, o Presidente da Casa, Deputado Michel Temer, procurou-me para entregar uma representação, do dia 17 de julho, assinada pelo Senador José Sarney, Presidente do Senado Federal, pedindo à Comissão de Ética uma censura para mim, porque entreguei esse livreto para o Senador Mauro Fecury, que é do Maranhão, no plenário do Senado.
E aqui diz o seguinte: Ofício nº 1.414, de 2009 - SFBrasília, 17 de julho de 2009.Sr. Presidente, comunico a V.Exa. que o Deputado Federal Domingos Dutra, no último dia 9 de julho, entrou no plenário desta Casa, durante a sessão especial do Senado Federal, em homenagem ao Maestro Sílvio Barbato, e começou a distribuir o folheto O Camaleão, em anexo, contendo referências agressivas à pessoa do Presidente do Senado, conforme comunicação feita pela polícia desta Casa.Como tal fato constitui conduta vedada a Parlamentares, conforme previsto no art. 5º, inciso III, do Código de Ética e Decoro Parlamentar desta Casa, bem como no art. 9º, § 2º, inciso II, do Código de Ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal, com a redação dada pela Resolução nº 25, de 2008, encaminho a V.Exa. para as providências devidas a presente comunicação que se faz acompanhar do respectivo expediente da Polícia do Senado.Cordialmente, Senador José Sarney, Presidente do Senado.
E aqui tem um ofício da Polícia do Senado, que eu comunico a V.Exa.:No dia 9 de julho do corrente ano, durante a sessão tal, o Deputado Domingos Dutra adentrou ao plenário do Senado e entregou 1 livreto, intitulado O Camaleão, a alguns Senadores presentes.Então, ontem, o Deputado Antonio Carlos Magalhães Neto, Corregedor desta Casa, combinou comigo o dia de me entregar a representação que o Senador Sarney fez contra um Deputado que tem livre acesso às dependências do Congresso, por este livreto que não contém nenhuma inverdade, nenhuma agressão e que se circunscreve dentro da liberdade que qualquer Parlamentar tem.
Portanto, o Senador Sarney, como tem aquele ditado popular que quem usa o cachimbo com o vício fica e como ele serviu os militares, ele está pensando que estamos na ditadura: censurou o Jornal Pequeno do Maranhão, está tentando censurar, acaba de censurar o jornal O Estado de S.Paulo e está pedindo a censura para um Deputado melhor do que ele, porque eu não tenho a história de tramóias que ele tem. Ele está pedindo que a Câmara abra um processo disciplinar contra um Deputado pelo simples fato de ter ido ao Senado Federal entregar esse livreto.
Queria, Sr. Presidente, portanto, fazer esse registro e queria desafiar o Presidente Sarney.
Queria, diante do Brasil, se ele topar o desafio, eu prometo que até o final de meus 110 anos que eu vou viver, porque minha mãe tem 93 e eu puxei para ela, se ele fizer isso, eu nunca mais falo o nome do Senador Sarney.
Primeiro desafio: eu gostaria que o Senador José Sarney topasse uma acareação comigo. Eu o chamo para uma acareação, para discutirmos se o que está escrito aqui no Camaleão há alguma inverdade.
Segundo desafio: que ele deixe transcorrer normalmente os processos no Conselho de Ética do Senado, e que lá prove sua inocência. Aí, eu vou acreditar que ele é uma pessoa inocente, e não haverá motivo para crítica. Mas que ele não tente brecar os processos sumariamente.
Terceiro desafio: que o Senador José Sarney abra a contabilidade, a história, a documentação — não para mim, mas para a imprensa brasileira — , toda história da Fundação republicana chamada José Sarney.
Terceiro desafio: que ele retire a censura imposta ao jornal O Estado de S.Paulo e que não amedronte, não ameace mais nenhum meio de comunicação do País.
Quarto desafio: que o Senador devolva para o povo do Maranhão o Convento das Mercês que ele surrupiou. Esta é a palavra mais educada. Que ele devolva esse convento, que é do povo brasileiro.
Quinto desafio: como eu tenho dúvida, eu aqui, neste livrinho, não estou afirmando, mas lá na fundação dele tem este carro oficial. (Mostra figura.) Não sei se é uma réplica ou se é o carro oficial. Lá na Fundação do Senador José Sarney tem esse carro oficial. Então, que o Senador José Sarney informe se esse carro é o carro oficial da Presidência, porque, se for, tem que devolver. Já me disseram que esse carro é para quando ele for embora desse mundo, o caixão do seu corpo ir em cima do carro para levar para sepultura. É tudo sincronizado. Então, gostaria que ele devolvesse o carro, se for o carro da Presidência.
Um outro desafio: quando ele for embora, que o Senador aceite — eu desejo vida longa para ele; ele está com 80, tem as orelhas muito grandes e, dizem o ditado popular que quem tem orelha grande vive muito, e eu desejo que ele viva mais do que eu — ser enterrado em um cemitério comum, como todos os maranhenses, como todos os mortais.
Um outro desafio: que o Senador aceite cumprir a Constituição. A Constituição diz que ninguém pode ganhar mais 24 mil e 500 reais, o Senador está ganhando mais de 50 mil reais.
Ele é aposentado como servidor do Tribunal de Justiça, recebe uma pensão como ex-Governador, recebe pensão como ex-Presidente da República, recebe aposentadoria como Senador, recebe salário atual da Mesa e como Senador, que ele aceite receber apenas o que diz o teto.
E por último, que o Senador aceite e diga todas as manobras que fez para cassar o ex-Governador Jaques Lago, do Maranhão. Se o Senador Sarney cumprir tudo isso, eu nunca mais falarei o nome dele desta tribuna.
Pode anotar, Sra. Presidente. Só mais um minuto para concluir. Se o Senador Sarney...não tenho ódio pessoal contra o Senador, não tenho amizade pessoal, nunca fui na casa dele, nunca tomei cerveja com ele, portanto a minha luta é política, não é pessoal. Não desejo mal a ele, também não toco nos filhos dele mesmo estando na política, porque são coisas diferentes. O Deputado Sarney Filho é uma pessoa que respeitamos, quando tiver um embate com ele será com ele, não misturo as coisas. O conflito é com o Senador Sarney que está envergonhando o Brasil, envergonhando o Congresso Nacional e fazendo as pessoas terem nojo da política e dos políticos.
Portanto, faço aqui este desafio. Na terça-feira, vou combinar com o Deputado Antonio Carlos Magalhães Neto para receber a notificação e vou decidir o que fazer com esse belíssimo exemplar de censura de um oligarca doente que tem mania de faraó.
Muito obrigado, Sra. Presidente.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Dorme com essa coroné: O MARANHÃO TÁ DE ALMA LAVADA.

comentários do Marcelo Tas que os "coronéis oligarcas" começam a perceber que os tempos estão mundando, por força dos modernos meios de comunicação, como a internet, e seus "impérios" começam a se desmoronar. -------------------------------------------------------------------
José Sarney - o maquinista da máquina do tempo
Marcelo Tas
Surpresinha. A coluna de hoje de Zé Sarney na Folha começa falando de "arte da política". Aleluia, pensei, o cara resolveu botar tudo pra fora. Fui em frente...Zé capricha. Cita Aristóteles, conde Afonso Celso, Lênin, a Revolução Francesa... e até Hitler. Mas nada das tramóias dos atos secretos, do namorado da netinha, das maracutaias na Fundação Sarney, das dívidas da Globo Maranhão, de Lula, Renan Calheiros, Edson Lobão e outras arraias miúdas com que ele manipula a "máquina do tempo". Opa, pare aqui e anote essa definição reveladora do Zé para o significado de política: "a arte de gerir a máquina do tempo". Bonito... e preocupante.

Num surto de megalomania, cheguei a pensar que a pressão desse blog, entre tantos outros, tinha ajudado a abrir o coração de Zé e as palavras que ele castiga na sua coluninha magra da Folha. Qual o quê!

Melancolicamente, a coluna caminha para os finalmentes com Zé reclamando, sempre de forma enviesada, naquelas intermináveis orações subordinadas adverbiais, do "tsunami avassalador da internet". Segundo ele, a internet significa "o fim dos direitos individuais". Ué, não é o contrário? Aqui não seria o lugar onde indivíduos, não apenas os famosos ou barões da mídia, tem o direito a se expressar?

É meu, caro, Zé... você deve morrer de saudades de quando você - que é dono da Globo Maranhão, dos principais jornais e rádios naquele estado que você deixou com o pior IDH do Brasil- só falava e nunca ouvia ninguém. Situação capturada com a maestria de sempre por Angeli na mesma da Folha (reproduzido acima).

Aqui na internet, Zé, o tsunami dura 24 horas por dia, sete dias por semana. 365 dias por ano. Não tem dono, nem depende de boa vontade de editor a mando do coroné. Durma com um barulho desse, seu zé mané.