sábado, 24 de julho de 2010

Veja o conto do Vígario: Pesquisa Publicado pelo Jornal da Família Sarney.

VEJA A PRIMEIRA PESQUISA DE FICÇÃO AO GOVERNO DO MARANHÃO ENCOMENDADA PELO GRUPO SARNEY

Do blog do jornalista Raimundo Garrone

A nova versão do velho filme das pesquisas de intenções de votos entrou em cartaz neste sábado (24) na mídia controlada pela família Sarney. A manipulação ao feitio do autor começa outra vez favorecendo Roseana Sarney (PMDB) candidata ao governo.

A manchete do jornal “O Estado do Maranhão” anuncia o enredo: ‘Roseana lidera corrida pelo governo do Maranhão’. O roteiro do filme é recorrente e o elenco também. Até os personagens que encenam as pesquisas, ou melhor, os institutos são os mesmos.

A pesquisa Escutec/O Estado apresenta Roseana Sarney (PMDB), com 50,4% das intenções de votos. O ex-governador Jackson Lago (PDT) está em segundo com 25,8%;Flávio Dino (PCdoB) aparece com 16,8% das intenções de voto. Segundo a pesquisa, Saulo Arcangeli (Psol) e Marcos Silva (PSTU) empatam com 0,4%, enquanto Marcos Igreja (PCB) tem 0,2%. Segundo o instituto, 2% dos entrevistados disseram vota em branco ou nulo e 4,1% não souberam ou quiseram responder. A pesquisa está registrada no TRE sob o número 26013/2010, no TSE sob o número 20.088/2010 e foram ouvidos 1.050 eleitores entre 19 e 22 deste mês. A margem de erro é de três pontos percentuais.

Tudo parecido com o longa metragem exibido em 2006 pelo mesmo sistema de comunicação. E o mais curioso é que a matéria do jornal da família Sarney afirma que “A Escutec instituto que mais se aproximou do resultado oficial das eleições de 2006”.

Naquele ano, o mesmo instituto foi escalado para cumprir o papel de vilão. Numa das cenas exibidas, no dia 30 de setembro, aparecia o resultado da pesquisa. Nela, a filha de José Sarney, presidente do Senado, seria a vitoriosa já no 1° turno das eleições. Tal como agora anunciam.

Na época, a pesquisa Escutec, encomendada por um veículo coadjuvante do esquema Sarney, o extinto jornal “Diário da Manhã”, apontava a vitória de Roseana Sarney com 57,7% dos votos válidos. Jackson Lago (PDT) aparecia com 26,3%, Edson Vidigal (PSB) com 11,1%, Aderson Lago (PSDB) com 2,3%, Bentivi (Prona) com 0,8%, Marcos Silva (PSTU) com 0,6%, Aragão (PSDC) também com 0,6% e Saturnino (PSOL) com 0,5%.

No dia da eleição, o eleitorado maranhense disse não ao script destinado a ele pela mídia sarneísta. O suspense acabou com o resultado apresentado pela Justiça Eleitoral, cuja sinopse demonstrou a real manifestação dos eleitores.

Às vésperas das eleições de 2006, o jornal da família Sarney publicou pesquisa e anunciava vitória no primeiro turno.

E para delírio da platéia, Roseana Sarney saiu das urnas com apenas 47,02% dos votos válidos. Para “surpresa” de todos 10 pontos percentuais a menos do que encenou a pesquisa divulgada dois dias antes da eleição.

E como se utilizasse o efeito do zoom-in Jackson Lago obteve 34,3% – exatos oito pontos percentuais a mais que os números atribuídos a ele pelo instituto. A votação de Edson Vidigal também saiu do roteiro traçado pelo sistema sarneísta e teve 14,2% – três pontos percentuais a mais; Aderson Lago com 3,4% também desmentiu os números da pesquisa que o atribuíam apenas 2,3%; Bentivi (Prona) com 0,4%, Aragão (PSDC) com 0,05% e Saturnino (PSOL) com 0,2% deram contornos finais à cena da vida real. Marcos Silva (PSTU) teve os votos anulados pela Justiça Eleitoral.
Resultado oficial da eleição divulgado pelo TSE desmascarou a farsa montada pelo sistema sarneysista.

A população maranhense comemorou o resultado. Parecia que finalmente os vilões – institutos de pesquisas de opinião – estavam desmoralizados de uma vez por todas. A protagonista da estória também saíra de cena. Mas, como num filme dramático, ela voltou e trazendo todos os personagens coadjuvantes, entre eles, as pesquisas que tentam convencer novamente o eleitorado de que são os heróis da disputa. Difícil é acreditar depois que todos já sabem o final.

Um comentário:

  1. O Maranhão, meus amigos, está pior do que pau de galinheiro. Experimente você dizer que é do
    Maranhão: o interlocutor primeiramente lhe fita com ar de espanto, seguido de um semblante de
    compaixão e finaliza com um soslaio sarcástico, misto de resignação e fatalidade. Tudo fruto de
    quase meio século de crimes, desmandos, omissões e visão curta. Uma pena.

    ResponderExcluir

Deixe aqui seu comentário!